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Haiti: ONU anuncia retirada de trabalhadores e Quênia espera conselho de transição para enviar missão

O pessoal “não essencial” da ONU no Haiti deixará o país a partir desta quarta-feira (13) “devido à situação de segurança volátil”, anunciou o porta-voz, sem especificar o seu número, enquanto o Quênia informou que enviará policiais somente após formação de conselho de transição presidencial.


Pessoas carregam água coletada em baldes e recipientes ao longo de uma rua depois que o primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, prometeu renunciar, após meses de escalada da violência de gangues, em Porto Príncipe, Haiti, 12 de março de 2024.
 REUTERS – Ralph Tedy Erol

A ONU, que conta atualmente com cerca de 1.500 funcionários no país, incluindo mais de 250 internacionais, “não vai sair do Haiti”, insistiu o comunicado de imprensa, especificando que o pessoal encarregado das “atividades vitais” continuaria seu trabalho.

Também nesta quarta-feira, o presidente queniano, William Ruto, disse que garantiu aos Estados Unidos que o envio de policiais ao Haiti, planejado como parte de uma missão internacional liderada por Nairóbi, ocorrerá quando um conselho de transição presidencial for criado na ilha.

Quênia espera formação de conselho

O Quênia anunciou na terça-feira (12) que suspenderia o envio de agentes policiais ao Haiti um dia após a demissão do primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry. Os Estados Unidos reagiram imediatamente, dizendo que não viam razão para atrasar esta missão.

William Ruto disse na quarta-feira que conversou com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sobre os últimos desdobramentos e sublinhou o compromisso do Quênia em realizar a missão apoiada pela ONU no país caribenho que atravessa uma grave crise política e de segurança.

Blinken “me informou que um novo conselho presidencial será formado em breve para administrar a situação no Haiti”, disse Ruto nas redes sociais. “Garanti a Blinken que o Quênia assumirá a liderança (na missão internacional) assim que o conselho presidencial estiver em funcionamento”, disse ele.

Os partidos políticos e personalidades no Haiti se esforçaram nesta quarta-feira para chegar a um acordo sobre a composição das autoridades de transição, numa tentativa de restaurar uma aparência de estabilidade no país minado pelo crime.

Missão

Ariel Henry, nomeado poucos dias antes do assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, foi fortemente contestado nos últimos meses e expulso sob pressão de gangues.

Segunda-feira (11), durante uma reunião de emergência com representantes haitianos na Jamaica, a Comunidade do Caribe (Caricom), a ONU e vários países como os Estados Unidos e a França incumbiram as formações haitianas de criar um “conselho de transição presidencial”.

O envio de mil agentes da polícia do Quênia para o Haiti encontrou vários obstáculos legais.

O chefe de Estado queniano e Ariel Henry, no entanto, assinaram um acordo no dia 1° de março, em Nairóbi, para enviar agentes da polícia queniana. A ONU deu luz verde em outubro a esta força tarefa, também apoiada pelos Estados Unidos.

No final de fevereiro, cinco países, incluindo o Benim, com mais de 1.500 homens, notificaram a ONU de sua participação na futura missão. Os outros membros desta missão são as Bahamas, Bangladesh, Barbados e Chade, segundo o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric.

(Com AFP)

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