Conservadores vencem eleições na Croácia
A vitória apertada da oposição nas legislativas da Croácia, sem maioria absoluta no Parlamento, poderá abrir um período de instabilidade, num momento em que o país vive uma recessão econômica e é afectado pela crise dos refugiados.
A Coligação Patriótica; uma aliança opositora conservadora liderada pela União Democrática Croata alcançou, na eleições legislativas de ontem, 59 das 151 assentos parlamentares, apenas três deputados a mais do que a coligação no poder, liderado pelo primeiro-ministro Zoran Milanovic.
A aliança do social-democrata Zoran Milanovic conquistou 56 assentos parlamentares. A surpresa deste escrutínio recaiu no Partido Most que conquistou 19 deputados o que representa um peso fundamental para a formação do próximo governo.
Das 17 cadeiras restantes, oito correspondem às minorias nacionais e nove serão divididas entre os outros partidos. O primeiro-ministro Zoran Milanovic, de 49 anos, terá nos próximos dias negociações junto do partido Most para formar uma maioria governamental, apesar do partido Most ter refutado, durante a campanha eleitoral, qualquer hipótese de coligação; seja com a esquerda ou com os conservadores, promessa que fora reforçada, ontem, no discurso do seu líder Bozo Petrov.
Ao mesmo tempo, o líder da oposição Tomislav Karamarko, aclamado por seus seguidores, afirmou que seu partido está “aberto à cooperação com todos os que desejam lutar por uma vida melhor na Croácia“.
Segundo a Constituição croata, o chefe de Estado designa o primeiro-ministro depois de consultar os partidos com representação no Parlamento e entre os deputados do partido que demonstrar ter obtido a maioria no sufrágio.
O resultado obtido nestas eleições pelo partido Most veio provar que os eleitores “não querem um sistema de dois partidos, nem uma direcção política que começa a formar um mundo à parte, longe do povo”, explicou o analista político croata independente Davor Gjenero à agência noticiosa France Presse.
Segundo o actual primeiro-ministro croata Zoran Milanovic, a crise migratória na qual a Croácia viu 300.000 refugiados atravessarem o seu território em direcção à Europa ocidental, em Setembro passado, acabou por desviar o foco do governo quanto à implementação de reformas para reactivar a economia do país.
O desemprego alcançava, em Setembro passado, 16,2% da população activa e 43,1% entre a população mais jovem, enquanto que a dívida pública alcançou quase 90% do PIB, o que faz da economia croata uma das mais pobres da União Europeia (UE).
Noticiário Internacional