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Em complexo naval no RJ, Macron e Lula devem reforçar parceria estratégica na área de defesa

Um dia depois de passearem de barco na Amazônia paraense, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da França, Emmanuel Macron, partem de helicóptero do Forte de Copacabana para o Complexo Naval em Itaguaí, no Rio de Janeiro, para a cerimônia de batismo e lançamento ao mar do submarino Tonelero (S42).


O presidente francês Emmanuel Macron e o presidente Lula da Silva durante encontro em Belém do Pará, em 26/03/2024.
 REUTERS – Ueslei Marcelino

A embarcação construída a partir da parceria entre os dois países por um custo de R$ 40 bilhões terá como madrinha a primeira-dama Janja. A cerimônia está marcada para 10h30 da manhã e inaugura o eixo estratégico da visita de três dias do presidente francês ao Brasil.

À tarde, Lula volta para Brasília e Macron parte para São Paulo, a terceira cidade por onde passa em seu périplo brasileiro. Na capital paulista, o líder francês encontra-se com Andrés Esteves, presidente do BTG Pactual; João Moreira Salles, do Itaú; e João Schmidt, da Votorantim, para tratar da atratividade da economia francesa e futuros projetos de investimentos.

Macron faz discurso de encerramento no Fórum Brasil-França, que contará com a participação de empresários brasileiros e franceses, além do vice-presidente Geraldo Alckmin na Fiesp.

Em seguida, Macron ainda participa da inauguração do Instituto Pasteur de São Paulo e encontra o jogador de futebol Raí, festejado na França, fundador da associação Gol de Letra.

No início da noite, o chefe de Estado faz discurso em recepção à comunidade francesa de São Paulo, de onde segue para jantar com personalidades, entre outras, da música brasileira. De lá, o presidente da França pretende voltar caminhando para o seu hotel na Avenida Paulista.

Primeiro dia da visita

Durante a visita a Belém, os dois países anunciaram o lançamento de uma parceria financeira entre a Agência Francesa de Desenvolvimento e, do lado brasileiro, o BNDES e o Banco da Amazônia para levantar € 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões) em investimentos públicos e privados destinados à bioeconomia nos próximos quatro anos.

O plano cria uma coalizão de empresas para mobilizar recursos e apoiar projetos de pesquisa e desenvolvimento na área da bioeconomia, com vistas ao alcance de “inovações revolucionárias”, como chamaram os franceses. Por exemplo, a partir do sequenciamento de DNA da biodiversidade. Com isso, querem criar oportunidades para a economia e adaptar a agricultura à mudança climática para lidar, entre outras questões, com a escassez de água.

Lula e Macron também reiteraram o compromisso de defender a reforma da governança e o aumento de capital do Banco Mundial, que deve ter a capacidade de financiar um “Green Deal Global” nas áreas de energia, infraestrutura e indústria, enquanto luta contra a pobreza em todos os países. Este é tema caro ao Brasil e uma das prioridades da presidência brasileira do G20.

No dia 28, último dia de sua visita ao Brasil, Macron volta a ser recebido por Lula. Na pauta devem estar as crises na Venezuela e no Haiti. Na ocasião devem anunciar e assinar acordos que têm sido negociados pelas equipes dos dois países. O francês ainda tem encontros com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira.

Vivian Oswald, enviada especial da RFI a Belém

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