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Lula atuou em operação para banco emprestar US$ 1 bilhão à Argentina, diz jornal

Presidente pediu a Tebet para autorizar financiamento do CAF; com o dinheiro, Sergio Massa, candidato à Casa Rosada, conseguiu novo acordo para liberar recursos do FMI

Em 23 de janeiro, Lula se encontra com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, na Casa Rosada, em Buenos Aires — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuou para que o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedesse empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. A operação, ocorrida em agosto, envolveu a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e visava ajudar o ministro da Economia, Sergio Massa, candidato a presidente do país vizinho, e frear o avanço de Javier Milei, nome da direita que lidera as pesquisas de intenção de voto no primeiro turno do pleito argentino, que acontece daqui a três semanas.

A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira (4). Reportagem diz que, com o aval do CAF, Sergio Massa conseguiu novo acordo para liberar US$ 7,5 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI). A Argentina atravessa profunda crise econômica, com inflação de mais de 100% ao ano e sem reserva de dólares. Por isso a necessidade urgente de socorro internacional.

O Brasil precisava autorizar, ainda em agosto, uma operação para que o CAF concedesse o empréstimo porque esse era o prazo estipulado pelo FMI. Com participação de 37,3% no capital do CAF, o Brasil tem o maior peso e influência nas decisões do banco. Tebet é a governadora do Brasil no CAF e por isso a operação de socorro precisava do seu aval. Com ele, os países-membros do CAF aprovaram a transferência de US$ 1 bilhão diretamente para o FMI, em nome da Argentina. Dos 21 países que compõem o CAF, apenas o Peru votou contra.

O governo brasileiro, que tem ótima relação com a atual gestão argentina, comandada por Alberto Fernández, teme a vitória de Javier Milei, que no Brasil tem Jair Bolsonaro como aliado. Contra o Mercosul e a “política tradicional”, Milei prega, entre outras coisas, a dolarização da Argentina, a extinção do Banco Central e o fechamento de ministérios para reduzir o tamanho do Estado. Também diz ser contra fazer negócios com países comunistas, como a China – descreveu o regime do país como “governo de assassino”.

Já Sergio Massa esteve com Lula, em Brasília, em 28 de agosto. Recebeu, mais de uma vez, promessas de ajuda para enfrentar a crise econômica em seu país. Lula levou o tema ao FMI e à ONU. A eleição na Argentina é no próximo dia 22. O país é o terceiro maior comprador de produtos brasileiros – China é o primeiro, seguido pelos Estados Unidos.

O Tempo 

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