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Conselho de Segurança aprova resolução para proteção de crianças e pausa humanitária em Gaza

Texto apresentado por Malta teve o apoio de 12 países; Rússia e EUA se abstiveram

EFE/ANDREW GOMBERT
Conselho de Segurança se reúne para falar votar resolução para guerra entre Israel e Palestina

Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou nesta quarta-feira, 15, a resolução de Malta que foca na proteção de crianças em Gaza e em pausa humanitária de dias. Foram 12 votos a favor, nenhum contra e três abstenções, dos Estados Unidos, da Rússia e do Reino Unido. Essa foi a primeira resolução aprovada no Conselho de Segurança desde o começo da guerra entre Israel e Hamas, iniciada em 7 de outubro. Outros quatro textos já havia sido apresentados: dois da Rússia, um dos Estados Unidos e um do Brasil – vetado pelos norte-americanos. Antes da votação, Vanessa Frazier, embaixadora de Malta na ONU, falou sobre o projeto e pediu que os países apoiassem o projeto. “Gaza está se tornando um cemitério. O projeto oferece esperança e garantia de luz ao pesadelo as famílias afetadas”, declarou. “Fizemos esforço para conseguir um texto balanceado e funcional. Ele tem como foco a questão humanitária e a resolução garante corredores ao longo da Faixa de Gaza para garantir que a ajuda chegue e que serviços importantes para o bem-estar dos civis sejam mantidos”, explicou a embaixadora de Malta, enfatizando que seu país segue comprometido com as questões das crianças. Antes da votação da resolução proposta por Malta, houve a análise de uma emenda proposta pela Rússia que pedia um cessar-fogo imediato. O texto, contudo, foi rejeitado, pois, além de não obter os votos necessários, os EUA, membro permanente do colegiado, vetaram a proposta.

A reunião de emergência do Conselho de Segurança, atualmente presidido pela China, coincide com um anúncio feito nesta quarta pelo Ministério da Saúde de Gaza. Eles informaram que 155 crianças feridas durante a guerra com Israel serão transferidas na próxima sexta da Faixa de Gaza para os Emirados Árabes Unidos (EAU) para serem tratadas. “Desejamos uma recuperação rápida e segura aos nossos feridos”, afirmou um comunicado do Ministério, que anexou uma lista com os nomes de 155 crianças que serão transferidas para os Emirados. Terão que comparecer na passagem de Rafah com o acompanhante cadastrado no hospital, segundo o Ministério, que não especificou a idade dos pacientes, o tipo de lesões que sofrem e de quais centros médicos serão transferidos até a cruzamento com fronteira com o Egito, de onde provavelmente voarão para o país do Golfo.

Isto ocorre depois que o presidente dos EAU, Mohammed bin Zayed, anunciou na semana passada que construiria “em várias etapas” um hospital de campanha dos Emirados dentro da Faixa de Gaza, uma medida dedicada a aliviar a carga sobre os poucos centros médicos que continuam operando no enclave palestino. Segundo informou a agência de notícias oficial dos Emirados “WAM”, o hospital terá capacidade para 150 leitos, ao mesmo tempo que contará com departamentos de cirurgia geral, ortopedia, pediatria e ginecologia, bem como unidades de anestesia e cuidados intensivos. Terá também clínicas de medicina interna, psiquiatria e medicina familiar, bem como laboratório e uma farmácia.

Nas últimas semanas, hospitais na península do Sinai, no Egito, receberam palestinos feridos cuja transferência de Gaza foi coordenada em paralelo com a evacuação de cidadãos estrangeiros e habitantes de Gaza com dupla nacionalidade. A informação sobre a transferência de crianças feridas para os Emirados coincide hoje com uma “operação seletiva” por parte do Exército israelense no hospital Al-Shifa, o mais importante da Faixa, que há vários dias ficou sem eletricidade, água potável e alimentos e abriga cerca de 3 mil pessoas, incluindo deslocados, pessoal médico e pacientes. A situação do Al-Shifa agrava ainda mais a crise sanitária no enclave, especialmente no norte, onde, segundo a ONU, resta apenas um hospital em funcionamento. “Todos os hospitais na cidade de Gaza e no norte de Gaza estão fora de serviço devido à falta de eletricidade, suprimentos médicos, oxigênio, alimentos e água, além de bombardeios e confrontos nas áreas circundantes”, informou, ontem, o Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária da ONU.

*Com informações da AFP

 

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