Política

Bolsonaro e Zema seguem alinhados, afirma o PL-MG

Apesar das críticas do filho e de aliados do ex-presidente ao governador, os dois se reunirão em BH no fim de semana


Bolsonaro e Zema estiveram juntos na Assembleia Legislativa em agosto, quando o ex-presidente foi homenageado
(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS – 28/8/23)
Jair Bolsonaro (PL) e o governador Romeu Zema (Novo) devem tomar um café durante a extensa visita do ex-presidente à capital mineira, que começa hoje e vai até domingo. Ele vem à capital mineira participar do encontro do PL Mulher e de atividades partidárias. Apesar das críticas recentes e reiteradas a Zema feitas pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho de Bolsonaro, e aliados, o PL mineiro garante que a relação entre os dois é boa e que o plano é caminhar juntos no maior número de cidades mineiras nas eleições municipais de 2024. O filho de Bolsonaro chegou a dizer nas redes sociais que Zema é um “liberal que gosta de aumentar imposto e fazer cara de idiota”.

Mas nem essas ofensas nem a decisão de parte dos deputados estaduais do PL de votar contra o projeto de lei do governador, já aprovado e transformado em lei, que aumentou o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de produtos “supérfluos”, teria colocado as legendas em campos opostos.
Por causa dessa votação, o deputado estadual Bruno Engler (PL) deixou a vice-liderança do governo no Legislativo. Engler foi um dos parlamentares do PL, entre tantos outros da base governista, que se opôs à majoração de tributos. Ele será substituído pelo deputado Coronel Henrique (PSL). De acordo com nota oficial do bloco de apoio ao governador na Assembleia, a saída de Engler foi de comum acordo e acertada com o secretário de Governo, Gustavo Valadares (DEM).
Nos bastidores, a informação é de que Engler teria deixado o cargo para não ter que se indispor com o eleitorado em “pautas polêmicas, mas necessárias” para o governo, já que o plano principal do partido é a conquista da prefeitura a capital. A direita aposta todas as fichas em Engler que foi o deputado estadual mais bem votado de Belo Horizonte, onde obteve 14% de todos os votos para o Legislativo. As críticas de Carlos também estão sendo avaliados como arroubos de um filho em defesa do pai, que não correspondem ao pensamento do ex-presidente e nem de seu partido.
Zema não vai participar das atividades oficiais e públicas organizadas pelo partido do ex-presidente, mas deve se encontrar com Bolsonaro e também com Engler, pré-candidato do PL à Prefeitura de Belo Horizonte, durante um café da manhã no hangar do aeroporto.

AFAGOS

A última aparição dos dois juntos foi no final de agosto passado, quando Zema entregou a Bolsonaro o título de cidadão honorário em cerimônia solene na Assembleia Legislativa. Na ocasião, além da honraria, o ex-presidente também recebeu afagos de Zema. Depois desse episódio, Zema teceu algumas críticas à gestão de Bolsonaro despertando a ira da família e de apoiadores do ex-presidente. No entanto, o governador tem sido agora mais contido ao se referir ao ex-presidente. Em entrevista a um jornal paranaense no último dia 3, Zema deu respostas evasivas ao ser questionado sobre sua relação com o ex-mandatário da República.
Na última segunda-feira, a bancada do PL também se reuniu com Zema para estreitar as relações e discutir ações e pautas em comum. De acordo com o presidente do PL mineiro, deputado federal Domingos Sávio, a conversa foi excelente. “Temos (PL e Novo) muito mais coisas em comum do que pontos divergentes. E além disso, temos algo mais: em hipótese nenhuma o PL se aliará ao PT ou aos partidos radicais de esquerda, mesmo pensamento expresso pelo governador para a bancada”, afirmou o deputado.
Sobre um possível apoio à candidatura de Engler, ele disse que ainda é cedo para essa definição. “Mas no que depender das duas legendas, temos uma clareza de propósito: vamos juntos aonde for possível em defesa das pautas que nos unem e que são muitas e contra nosso adversário em comum, o PT”.

Ações no TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para terça-feira três ações de investigação eleitoral (Aijes) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro que tratam de suposto uso de prédios públicos federais para para campanha eleitoral, o que é vedado por lei. Todas foram liberadas para julgamento pelo relator, ministro Benedito Gonçalves, que no mês passado juntou os processos para análise conjunta, sob a justificativa de que têm “conexão relevante em função da tese jurídica a ser debatida”. Entre os atos investigados estão transmissões ao vivo com teor eleitoral feitas nos palácios da Alvorada e do Planalto.
Estado de Minas 

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