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Reféns mortos por engano por Israel carregavam bandeira branca e falavam em hebraico

O Exército israelense afirmou neste sábado (16) que os reféns mortos na véspera por seus soldados na Cidade de Gaza agitavam uma bandeira branca e falavam em hebraico. Eles caminhavam sem camisa no bairro residencial de Shujaia, na zona leste da cidade, em uma área onde combatentes do Hamas têm atuado sem uniforme, criando emboscadas para as tropas, de acordo com os primeiros elementos da investigação.


Em Tel Aviv, manifestantes revoltados com as mortes de reféns na Faixa de Gaza largaram uma bandeira de Israel no chão, coberta parcialmente com tinta vermelha, para denunciar o sangue derramado pelos reféns. 
© Ahmad Gharabli / AFP

Segundo relato de um oficial israelense, “um dos soldados os viu quando eles apareceram” a poucos metros da posição do batalhão. “Eles não estavam usando camisetas e um deles carregava um bastão com um pano branco”, disse a fonte militar a jornalistas.

“Um soldado se sentiu ameaçado, disparou sua arma e afirmou que eram terroristas; os outros [soldados] também atiram e dois [reféns] morrem na hora”, acrescentou o oficial. O terceiro homem foi ferido e correu para dentro de um prédio vizinho”, acrescentou a fonte. Os soldados ouviram, então, “um pedido de socorro em hebraico”.

“O comandante do batalhão ordenou que os disparos parassem, mas novamente foram disparadas rajadas de fuzis na direção da terceira pessoa e ela morreu”, continuou o oficial militar, acrescentando que o incidente foi “contra nossas regras de engajamento”.

O Exército israelense alega que as tropas haviam matado pelo menos 38 terroristas palestinos em Shujaia nos últimos dias. As únicas pessoas vistas vestindo roupas civis eram os terroristas do Hamas, geralmente desarmados. Eles recuperam armas deixadas em vários prédios, abrem fogo contra as tropas e depois fogem novamente, desarmados, em direção a outro prédio.

Israel diz ter encontrado vários civis aparentemente desarmados em Shujaia, que se revelaram homens-bomba do Hamas. O grupo terrorista palestino também fez várias tentativas de atrair os soldados para emboscadas.

Aparentemente sem relação com o incidente de sexta-feira, o oficial explicou que, a algumas centenas de metros dali, as tropas haviam encontrado um prédio com uma parede pintada com spray onde se lia “SOS” e outra placa onde se lia “Socorro, três reféns”. Os soldados acharam que se tratava de uma armadilha, mas agora o Exército está investigando uma possível ligação com o incidente.

“Tragédia”

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lamentou uma “tragédia insuportável”, após o anúncio da morte por engano dos três reféns.

As vítimas são Yotam Haim, de 28 anos, baterista de uma banda de heavy metal; Alon Shamriz, de 26, um estudante de engenharia da computação; e Samar Talalka, de 25 anos, um jovem de família árabe que trabalhava no manejo de galinhas em um kibutz próximo da fronteira de Gaza. Todos tinham sido sequestrados em 7 de outubro durante a invasão terrorista de combatentes do Hamas no festival Terranova e comunidades agrícolas do sul de Israel.

Familiares exigem negociações

Logo após o anúncio da morte dos três reféns na noite de sexta-feira, familiares e apoiadores fizeram uma manifestação em Tel Aviv, onde também planejam se reunir neste sábado, para exigir um acordo imediato para libertar os 129 reféns ainda em poder dos grupos armados palestinos.

Com informações da AFP

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