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Em clássico caótico, retardado pela violência, Argentina impõe derrota inédita ao Brasil

Depois de uma lamentável batalha nas arquibancadas que retardou o início de jogo, houve futebol, de fato, só no segundo tempo no Maracanã. E houve a Argentina quebrando um tabu: com gol de Nicolás Otamendi, a Argentina impôs ao Brasil a primeira derrota da história da seleção pelas Eliminatórias em casa.  O Brasil, que pela primeira vez, também, chegou a quatro jogos de Eliminatórias sem vencer, com inéditas três derrotas seguidas, é apenas o sexto na classificação, com sete pontos.

A Albiceleste lidera, com 15.  Futebol vira sinônimo de guerra Poderíamos nos alongar em muitos parágrafos lamentando, mais uma vez, a violência e a truculência em um estádio de futebol. Argentinos e brasileiros, mais uma vez, protagonizaram cenas lamentáveis antes de a bola rolar. É de entristecer ver que o estádio de futebol não é mais o lugar das famílias.

Depois de meia hora de atraso, devido a uma pancadaria generalizada na arquibancada, a bola rolou para o clássico. Com clima tenso em campo. Discussões. Entradas duras. Jogador sangrando em campo. Cartão amarelo com menos de cinco minutos de jogo. O futebol, como sempre, foi um reflexo da sociedade. Como não poderia deixar de ser.  Demorou para o futebol aparecer no Maracanã. O futebol mesmo. Futebol que brasileiros e argentinos tanto sabem jogar.

O duelo tático entre Scaloni e Diniz foi ofuscado pelos pontapés dos primeiros movimentos. Os tapas no rosto (de De Paul), que renderam dois cartões amarelos ao time da casa em dez minutos.  Entre um pontapé e outro, a bola alternava a posse. Só lá pelos 30 minutos os times passaram, enfim, a tocar com um pouco mais de articulação. A fazer o duelo em campo parecer, mesmo que de longe, com o futebol que representa melhor a cultura dos dois países do que a violência.

De fato, porém, se fôssemos escrever um livro sobre o primeiro tempo de jogo ressaltando bons momentos, ele seria uma página quase que em branco. Lampejos daqui e dali não culminaram em trabalho para os goleiros. 0 a 0 era um elogio.  Só depois dos 40 minutos, depois de uma cobrança de falta com certo perigo de Raphinha, o Brasil conseguiu as únicas finalizações antes do intervalo.

Martinelli foi quem mais perto chegou de abrir o placar, em arremate na área bloqueado por Romero em cima da linha, com Martínez já batido.  Futebol e castigo para os brasileiros Com os ânimos menos exaltados, tivemos, ao menos, 45 minutos de futebol. Na volta do intervalo, Diniz mandou a campo Nino no lugar de Marquinhos, que sentiu lesão. Com André, o zagueiro deu mais entrosamento a saída de bola na primeira fase de construção da seleção brasileira.

Aos nove minutos, Bruno Guimarães conseguiu boa virada de jogo na direita para Raphinha, que apareceu nas costas de Acuña, se aproximou de Martínez, mas acabou tendo o chute bloqueado pelo goleiro. O Brasil era melhor no jogo. Aos 12, Martinelli ficou com sobra de jogada individual de Gabriel Jesus e bateu rasteiro. Dibu espalmou.  O futebol apresentou, também, o seu lado mais cruel. Justamente quando a seleção brasileira começava a melhorar, a Argentina saiu na frente. Na bola pelo alto.

Otamendi saltou mais alto que Gabriel Magalhães e André e, de cabeça, abriu o placar para os argentinos.  O Brasil demorou a achar a resposta. Com o passar do tempo, Diniz recuou André para a zaga, ao lado de Nino. Colocou Endrick, animando a torcida. E deu a chance de Raphael Veiga tentar algo diferente no meio. A Argentina se fechou toda no campo de defesa.

A reação brasileira ficou mais improvável quando Joelinton deu um “chega para lá” em De Paul e acabou expulso de campo. O lance não foi nada conclusivo, mas o VAR manteve a decisão de expulsão do campo. A Albiceleste passou a tentar cadenciar o jogo. E esperou que o apito final confirmasse a primeira derrota da história da seleção brasileira em casa pelas Eliminatórias, depois de 65 jogos.

O Gol 

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