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Putin volta a prometer cereais para países africanos, depois de reunião com Erdogan

O presidente russo, Vladimir Putin, voltou a prometer nesta segunda-feira (4) entregar grãos gratuitamente a países africanos "nas próximas semanas", após o abandono, em julho, do acordo que permitia à Ucrânia exportar cereais livremente. O anúncio foi feito logo após uma reunião com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que foi recebido por Putin em Sochi, no sudoeste da Rússia.


O presidente russo, Vladimir Putin, encontra o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Sochi, na Rússia, em 4 de setembro de 2023.
 via REUTERS – MURAT CETINMUHURDAR/PPO

Erdogan é um dos raros líderes da Otan a manter o diálogo ao mais alto nível com o Kremlin e se revela o mais importante intermediário na espinhosa questão das exportações de cereais ucranianos.

“Estamos prestes a concluir acordos com seis Estados africanos” a quem “pretendemos fornecer cereais gratuitamente nas próximas semanas”, declarou Vladimir Putin em conferência de imprensa, sem especificar os países envolvidos.

Os dois homens não revelaram grandes progressos para Kiev. Putin declarou mais uma vez que estava pronto para “considerar a possibilidade de ressuscitar o acordo” desde que as exportações de produtos agrícolas russos não fossem mais prejudicadas.

O presidente turco, por sua vez, prepara “novas propostas” com a ONU para “obter resultados”, mas não deu detalhes sobre o assunto. Mas disse que se opunha a “alternativas” ao acordo sobre a exportação de grãos ucranianos através do Mar Negro, dizendo que estava preparando “propostas” para ressuscitar o acordo.

“As propostas alternativas na agenda não podem oferecer um modelo sustentável e seguro baseado na cooperação entre as partes como a Iniciativa do Mar Negro”, declarou o presidente turco após a reunião com Putin.

Desafio

O desafio consiste em negociar a possível retomada — a tempo da colheita do outono, que começa em setembro no hemisfério norte — do acordo de cereais vitais para o abastecimento alimentar mundial, que Moscou rescindiu em meados de julho.

Firmado com o apoio de Ancara e das Nações Unidas em 2022, o pacto visava proteger as exportações de cereais por meio dos portos ucranianos do Mar Negro.

Mas o Kremlin critica as sanções ocidentais que, em sua opinião, complicam a entrada dos produtos russos no mercado internacional, e aguarda soluções concretas para regressar ao acordo.

Aumento de ataques

Estas discussões surgem em meio ao aumento significativo dos ataques de drones em solo ucraniano, mas também em território russo. Durante a noite de domingo (3) para segunda-feira, a Ucrânia informou ter destruído 23 drones explosivos lançados pela Rússia no sul do seu território, tendo cerca de dez atingido seu solo, sem causar vítimas.

O governador de Odessa, no sudoeste, Oleg Kiper, lamentou os danos causados ​​a “armazéns, estruturas de produção, máquinas agrícolas e equipamentos de empresas industriais” no distrito de Izmail.

Situado às margens do Danúbio, o porto da cidade tornou-se uma importante passagem para as exportações ucranianas desde o restabelecimento do bloqueio ao Mar Negro.

Durante a noite de sábado (2) para domingo, dispositivos russos já haviam atingido instalações industriais no Danúbio, de acordo com a Procuradoria-Geral da Ucrânia. O exército russo, por sua vez, afirmou ter realizado um ataque contra “depósitos de combustível usados ​​para reabastecer o equipamento militar do exército ucraniano”.

Na segunda-feira, Moscou alegou ter destruído quatro barcos militares que transportavam soldados ucranianos no Mar Negro. Os barcos viajaram durante a noite de domingo para segunda-feira em direção ao oeste da península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, garantiu o Ministério da Defesa russo.

(Com informações da AFP)

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