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Em meio prorrogação da trégua com Israel, Hamas mata três pessoas em Jerusalém e convoca ‘escalada da resistência’

Netanyahu declarou que o governo vai continuar a expandir a distribuição de armas a civis; segurança interno israelense disse que os homens tinham passagem pelas prisões israelenses são filiados ao grupo islâmico

Equipes de resgate israelenses colocam o corpo de uma vítima em uma maca no local de um tiroteio em Jerusalém

Um ataque do Hamas em Jerusalém ameaça a prorrogação da trégua entre Israel e Hamas que foi estendida para mais um dia – está em vigor desde o dia 24 de novembro. Outras pessoas ficaram feridas e precisaram receber atendimento. Uma delas está em estado grave. Nesta quinta-feira, 30, o movimento israelita reivindicou um ataque armado que deixou três mortos em Jerusalém e o classificou como uma “escalada da resistência” contra Israel. “Os irmãos Murad Nemr, 38 anos, e Ibrahim Nemr, de 30, membros das brigadas Ezzedin al-Qasam de Sur Baher”, um bairro de Jerusalém Oriental, “se sacrificaram em uma operação” que “matou três colonos e feriu outros vários”, afirmou o Hamas em comunicado.

“Essa operação é uma resposta natural aos crimes sem precedentes da ocupação na Faixa de Gaza e contra crianças em Jenin”, afirmou o grupo terrorista palestino em um comunicado divulgado horas após o atentado. Segundo as autoridades locais, o ataque aconteceu por volta das 7h40 (2h40 em Brasília) em um ponto de ônibus na entrada de Jerusalém Ocidental. Ainda não se sabe o quando esse ocorrido pode interferir na libertação de reféns nesta quinta e no acordo entre as partes envolvidas na guerra do Oriente Médio.

O Shin Bet, serviço de segurança interno de Israel, identificou os dois homens que realizaram o ataque como palestinos residentes em Jerusalém Oriental, e informou que ambos tinham passagem pelas prisões israelenses e que são filiados ao Hamas, conforme repercutido na imprensa israelense. O ataque foi interrompido por soldados israelenses que passavam pelo local e por um civil armado que reagiu à agressão. Em pronunciamento em vídeo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o governo vai continuar a expandir a distribuição de armas a civis.

“Essa é uma medida que se provou eficaz muitas e muitas vezes na guerra contra o terrorismo assassino”, disse. Esse episódio acontece em meio a força tarefa da comunidade internacional, com destaque para Catar e Egito, para expandir o cessar-fogo por mais dias. O atual, que foi a segunda renovação, ficará em vigor até às 7h de sexta-feira, 1.  “Existem contatos em curso entre o Egito e o Catar para prolongar a trégua humanitária por mais dois dias, em um esforço para cessar fogo, libertar mais reféns e prisioneiros e levar mais ajuda humanitária e de socorro a Gaza”, afirmou o diretor do Serviço Estatal de Informação do Egito, Diaa Rashwan, que atua como porta-voz do governo.

Rashwan explicou que “os intensos esforços egípcio-cataris resultaram na superação de muitos obstáculos enfrentados pela implementação hoje do acordo de armistício”, em alusão à segunda prorrogação, de 24 horas, anunciada pelo Catar poucos minutos antes de que expirasse a pausa nesta quinta-feira. Rashwan frisou que o Egito, que assinou a paz com Israel em 1979 e é um mediador chave entre Israel e os palestinos, “acompanha de perto a implementação do acordo de trégua humanitária hoje e insta ambas as partes a aderirem ao que foi acordado”.

O ocorrido em Jerusalem, não foi a única quebra de acordo desde que a trégua passou a valer. Na Cisjordânia também foram registrados ataques, em que soldados israelenses ficaram feridos e crianças e adolescentes palestinos foram mortos, segundo autoridade Palestina. A violência eclodiu na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967 e bastião do movimento Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, após o ataque sangrento do movimento islamista Hamas em 7 de outubro em Israel, que respondeu com uma ofensiva poderosa em Gaza.

A trégua entre Israel e Hamas, que entrou no sétimo dia nesta quinta, já permitiu a libertação de 97 reféns em Gaza, entre eles 73 israelenses e 24 estrangeiros, e 210 prisioneiros palestinos, além de permitir o envio de ajuda humanitária para o enclave, que enfrenta um “cerco total” de Israel, que cortou o fornecimento de alimentos, água, energia elétrica e combustível. A ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra e mais da metade das casas foram danificadas ou destruídas.

*Com agências internacionais 

 

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