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Países latino-americanos e caribenhos têm pontos de vista diferentes da UE sobre situação na Ucrânia

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, admitiu, nesta terça-feira (12), que a cúpula com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos do Caribe (Celac) realizada em julho, expôs diferenças de pontos de vista sobre a situação na Ucrânia.


Da esquerda para a direita: o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, o primeiro-ministro de São Vicente e Grenadines, Ralph Gonsalves, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apertam as mãos após uma coletiva no encerramento da cúpula UE-Celac, em Bruxelas, Bélgica, em 18 de julho de 2023. 
AP – Francois Walschaerts

“Os países da UE, latino-americanos e caribenhos têm muito em comum”, disse Borrell, pois sua história comum “é forjada pelo movimento de milhões de pessoas de um lado para o outro do Atlântico”.

“Mas, insisto: também temos diferenças, e a Ucrânia é um exemplo disso”, acrescentou Borrell, diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

“Percebe-se que nem todos sentem com igual intensidade a indignação moral que a agressão russa contra a Ucrânia produz em nós, europeus”, afirmou.

O diplomata destacou que os países da Celac, com exceção da Nicarágua, apoiaram que a Declaração da Cúpula se refira à “guerra contra a Ucrânia”.

Durante o evento em julho, a situação na Ucrânia se tornou um tema central das discussões, mas a Declaração Final não fez qualquer referência à Rússia — para frustração dos países europeus.

Ao apresentar sua avaliação dessa cúpula, Borrell disse que a UE deve manter suas iniciativas de investimento em infraestrutura, mas também apoiar o fortalecimento das instituições.

Investimentos

Sobre os planos de investimento, disse, “são importantes, mas também devemos reconhecer que a infraestrutura mais importante é a invisível, é a infraestrutura institucional que permite viver em liberdade, que é o que mais nos une”.

Nesse sentido, a UE anunciou um plano de investimento de € 45 bilhões (US$ 50,56 bilhões, ou R$ 250,2 bilhões na cotação atual), por meio do programa Global Gateway. Com esse plano, a ideia da UE é exercer um contrapeso à presença crescente da China na América Latina.

“É importante recordar os princípios políticos que fundamentam nossa ação. Tenho certeza de que, com nossos intercâmbios, encontraremos uma forma de impulsionar essa relação privilegiada”, disse Borrell, nesta terça-feira.

 (Com AFP)

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