Câmara em Foco

Banco Central mantém taxa de juros em 13,75% ao ano

Esta é a sétima vez seguida que o Comitê de Política Monetária da entidade decide pela manutenção da taxa

Patamar de juros no país continua no maior nível desde dezembro de 2016 Beto Nociti/BCB /Da CNN* – em São Paulo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidiu por manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, conforme expectativa do mercado, porém em meio a pressões de governos, empresários e entidades representantes dos setores produtivos para que se inicie o ciclo de fim do aperto monetário.

Esta é a sétima vez seguida que o Comitê decide pela manutenção da taxa. Assim, o patamar de juros no país continua no maior nível desde dezembro de 2016.

Era unânime a expectativa entre economistas de que o colegiado deve, novamente, manter a Selic nos mesmos 13,75% ao ano em que está atualmente. Para uma grande parte dos especialistas, porém, esta será a última vez.

É cada vez mais dominante a ala que acredita que o BC já deve começar a cortar os juros a partir de seu próximo encontro, no início de agosto.

Assim como o mercado, integrantes da equipe econômica do governo também acreditavam que o Copom do Banco Central manteria a taxa de juros no atual patamar, mas “abrirá a porta” para reduções nos próximos encontros.

A última reunião em que a taxa foi alterada, em 3 de agosto do ano passado, houve alta de 0,5 ponto percentual. Na primeira decisão de manutenção da taxa, em 21 de setembro de 2022, o comunicado do Copom apontava que, apesar da manutenção, não estava descartada nova alta caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado.”

De acordo com o comunicado divulgado na última reunião, em 3 de maio, o Comitê não hesitaria “em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

Na época, o comunicado abriu afirmando que “o ambiente externo se mantém adverso”. O Copom afirmou ainda que, considerando a incerteza ao redor de seus cenários, “o Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.”

O documento finalizou dizendo que “a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária” e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.

A mensagem da decisão desta quarta é aguardada após meses de comunicados duros, em que o Banco Central seguiu alertando para um cenário ainda adverso para os preços e resistindo em flexibilizar a taxa.

“Apesar da recente queda da inflação, de modo mais acelerado que o esperado, o Copom deve seguir sua comunicação anterior e manter a Selic inalterada”, diz o Inter, em relatório.

“No entanto, a análise de cenário e o balanço de riscos para a inflação teve mudanças importantes e esperamos que o Copom sinalize que o processo de afrouxamento da política monetária pode se iniciar a partir de agosto”, acrescenta.

Especialista consultados pela CNN apontaram que o Banco Central (BC) deveria sinalizar neste comunicado que começará a cortar a taxa básica de juros em agosto. Eles acreditam, contudo, que a indicação não deve ser “enfática”, mas que a sinalização virá a partir de uma “mudança de tom”.

O Copom, corpo formado pelos diretores do BC e que define a taxa Selic, se reúne a cada 45 dias para decidir se corta, mantém ou sobe os juros básicos. O próximo encontro está marcado para o início de agosto, nos dias 1º e 2.

*Em atualização

(Publicado por Ana Carolina Nunes)

 

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