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Nepal quer diminuir escalada no Everest e outras montanhas

A Justiça do Nepal determinou que o governo deverá limitar as permissões de escalada no Everest e outras montanhas para proteger o meio ambiente, confirmou nesta sexta-feira (3) um advogado do país, onde passa a Cordilheira do Himalaia. O veredito foi emitido no final de abril e publicado nesta semana.


O Monte Evereste, o pico mais alto do mundo, e outros picos da cordilheira dos Himalaias são vistos através da janela de um avião durante um voo de montanha a partir de Katmandu, no Nepal, a 15 de janeiro de 2020.
 REUTERS – Monika Deupala

O Nepal abriga 8 das 10 montanhas mais altas do mundo e recebe centenas de aventureiros na primavera. Neste período, as temperaturas são mais amenas e há menos vento.

De acordo com o advogado Deepak Bikram Mishra, que apresentou uma petição para reduzir as permissões e a prática do alpinismo no Everest, o tribunal atendeu às preocupações públicas sobre as montanhas do Nepal e o meio ambiente.

Segundo Mishra, a decisão “limita o número de escaladores e também impõe medidas para o manejo de resíduos e a preservação do ambiente das montanhas”. O resumo do veredito especifica que a capacidade das montanhas “deve ser respeitada”, sem mencionar limites específicos.

Atualmente, o Nepal emite permissões para todos que solicitam e estão dispostos a pagar US$ 11 mil (R$ 55,7 mil) para escalar o Everest, a montanha mais alta do mundo, a 8.848 metros acima do nível do mar.

Deixar a montanha respirar

No ano passado, o país emitiu 478 permissões para o Everest, um recorde. Em 2019, algumas equipes tiveram que esperar horas no topo a temperaturas abaixo de zero. Pelo menos quatro das 11 mortes que ocorreram naquele ano na montanha foram atribuídas ao incidente.

“Estamos pressionando muito a montanha e precisamos dar um alívio a ela”, enfatizou Mishra. A decisão do tribunal também impôs restrições aos helicópteros, que só poderão ser usados em casos de resgates de emergência.

Nos últimos anos, esses veículos aéreos foram frequentemente usados para transportar equipamentos de montanhismo para acampamentos-base e terrenos perigosos.

A presidente da Associação de Montanhismo do Nepal, Nima Nuru Sherpa, indicou que tais decisões devem ser tomadas após um estudo adequado e consultas com as partes interessadas.

“Ainda não está claro como isso afetará a indústria. Não sabemos qual base foi usada para estabelecer os limites, e como serão divididas as permissões entre os operadores de expedição”, enfatizou o advogado. “O importante é nos concentrarmos em como podemos tornar as montanhas mais seguras”.

O Nepal emitiu permissões para 945 escaladores para suas montanhas até o momento, incluindo 403 para o Everest.

Com informações da AFP

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