Economia

Depois da Alemanha e da Polônia, França enfrenta manifestações de agricultores

Na França, na Alemanha, na Romênia e na Polônia as manifestações de agricultores se multiplicaram nas últimas semanas. Os produtores rurais protestam contra a precarização do setor. No sábado (20), uma rodovia importante do sudoeste da França continuava bloqueada. O governo teme um conflito com o setor agrícola, alguns meses antes das eleições europeias de junho.


Agricultores bloqueiam a rodovia A64 para protestar contra os impostos e a queda dos rendimentos, perto de Carbonne, ao sul de Toulouse, em 20 de janeiro de 2024.
 AFP – ED JONES

Para evitar o aumento da revolta dos produtores rurais, o primeiro-ministro francês Gabriel Attal demonstrou apoio ao setor neste sábado. A agricultura é “um tema absolutamente primordial (…) que eu levo muito a sério”, afirmou o chefe do governo durante um encontro com habitantes de uma cidade rural do interior do país, Saint-Laurent-d’Agny, que fica a aproximadamente 500 km a sudeste de Paris.

Attal se referiu a agricultura como uma “oportunidade” e um “orgulho” para a França, e prometeu “facilitar a vida” dos agricultores reduzindo a “burocracia”.

Os motivos da revolta dos produtores rurais são vários: aumento de taxas, atrasos no pagamento de subsídios agrícolas e a pressão das normas nacionais e europeias em nome da transição ecológica. Mas, por enquanto, as ações de protesto ainda são localizadas.

No sudoeste da França, os produtores rurais bloqueiam uma rodovia nacional importante, a A64m que liga as cidade de Toulouse a Bayonne, nas proximidades de Carbonne (aproximadamente 700 km ao sul de Paris), desde a noite de quinta-feira (18).

Pressões ambientais

Na estrada deserta, dezenas de tratores estão alinhados e cerca de cem pessoas estão reunidas em um acampamento improvisado.

Os manifestantes penduraram cartazes e bonecos em um viaduto como símbolo da emergência da situação do setor.

“Chega uma hora que não aguentamos mais”, diz Benoît Fourcade, produtor de cereais de 50 anos. “Eu vou parar de produzir” e “trabalhar como operário em uma fábrica” se a pulverização do controverso agrotóxico glifosato for proibida, ameaça enquanto reclama do aumento gradual do custo do diesel não rodoviário.​

“A indignação dos agricultores expressada durante meses está se transformando em revolta em toda a França”, sublinhou sexta-feira (19) à noite no X o presidente do maior sindicato agrícola do país, FNSEA, Arnaud Rousseau.

“As palavras já não são suficientes. […] Agir, rapidamente, em Bruxelas e Paris para restaurar a dignidade, a renda e o futuro daqueles que alimentam”, acrescentou Arnaud Rousseau, informando que deve encontrar Gabriel Attal na noite de segunda-feira (22).

No sábado, na rádio Europe1, o presidente da Associação de Jovens Agricultores, Arnaud Gaillot, pediu “que os requisitos para a agricultura fossem relaxados”, particularmente as exigências ambientais.

O governo francês está preocupado com o aumento das manifestações dos agricultores a um mês da abertura da principal feira agrícola do país, em Paris, de 24 de Fevereiro a 3 de Março, e com a aproximação das eleições europeias.

RFI

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