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EUA trabalham para impedir transferência de armas para a Rússia, diz Blinken em Paris


O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à esquerda, aperta a mão do ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, no Ministério das Relações Exteriores em Paris, França, terça-feira, 2 de abril de 2024. 
AP – Benoit Tessier

Em uma coletiva de imprensa após reunião sobre as principais crises internacionais, entre as quais a guerra em Gaza e na Ucrânia, os responsáveis ​pela diplomacia americana e francesa mencionaram a morte, na segunda-feira (1°), de sete trabalhadores da ONG americana World Central Kitchen, em um ataque israelense em Gaza, descrito nesta terça-feira pelo governo de Israel como “não intencional” e um “incidente trágico”.

Stéphane Séjourné expressou “firme condenação” da França, enquanto Antony Blinken pediu uma investigação “rápida e imparcial” para lançar luz sobre esta tragédia.

O secretário de Estado dos EUA também convocou Israel a fazer “mais para proteger vidas de civis inocentes, sejam crianças palestinas inocentes ou trabalhadores humanitários”, e reiterou “a necessidade imperativa de aumentar significativamente a ajuda ao território palestino devastado por quase seis meses de guerra”.

Em relação à Ucrânia, os chefes da diplomacia lembraram que os Estados Unidos, assim como a França, pretendiam continuar a sua ajuda incansável a Kiev. “A França tem sido um líder formidável neste esforço”, elogiou Antony Blinken.

Dirigindo-se à opinião pública americana, ele insistiu que o Congresso deve votar o crucial programa de ajuda à Ucrânia. Os Estados Unidos têm sido os principais apoiadores de Kiev desde a invasão russa, em fevereiro de 2022. Porém, em Washington, um programa de ajuda militar de US$ 60 bilhões destinado à Ucrânia foi bloqueado durante meses pela oposição republicana no Congresso.

Blinken também assegurou que Washington está trabalhando incansavelmente para impedir a transferência de armas e equipamentos para a Rússia, particularmente do Irã ou da Coreia do Norte, ou mesmo da China, que são usados ​​contra a Ucrânia.

A última vez que Antony Blinken veio à França faz quase dois anos. A visita do Secretário de Estado precede a vinda do presidente americano Joe Biden daqui a três meses, onde o chefe da Casa Branca deverá participar do 80º aniversário do desembarque dos Aliados na Normandia, ocorrido em 6 de junho de 1944.

Iniciativas para a Ucrânia

Os dois também discutiram os preparativos para a cúpula da Otan que acontecerá em Washington, em julho. Na ocasião, além da transferência de armas para a Rússia, será discutida a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica.

Questionados sobre essa perspectiva, Stéphane Séjourné e Antony Blinken se referiram à comunicação feita em Vilnius, em julho passado, onde se falava de adesão sem calendário. “Os Estados-membros estão empenhados em apoiar as reformas da Ucrânia no caminho da integração, obviamente, com a Otan”, declarou Séjourné. “Nas próximas horas, nos próximos dias, confirmaremos esta posição unânime dos países da Otan em torno deste tema, que deverá permanecer a mesma de Vilnius.”

“Como disseram os aliados em Vilnius, a Ucrânia será membro da Otan”, declarou Blinken, acrescentando ser necessário “um roteiro de medidas para chegar lá. “Acredito que a cúpula da Otan estará focada de forma muito concreta em como estabelecer este roteiro”, disse.

USA de volta à UNESCO

O secretário de Estado norte-americano visitou também a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), onde manifestou o apoio dos EUA à organização durante uma entrevista com a sua diretora-geral, Audrey Azoulay. “É ótimo que os Estados Unidos estejam de volta à UNESCO”, disse ele. O país havia abandonado a organização sob o mandato do presidente republicano Donald Trump (2017-2021).

À noite, Antony Blinken é recebido pelo presidente Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu, onde as grandes crises internacionais estarão mais uma vez em pauta, de acordo com comunicado da presidência francesa.

Blinken viaja para Bruxelas na quarta-feira (3) para participar de uma reunião com os seus homólogos da Otan por ocasião do 75º aniversário da criação da Aliança Atlântica.

(Com AFP)

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