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Chanceler russo acusa Ocidente de “combater diretamente” a Rússia na Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou neste sábado (23) o Ocidente de estar “combatendo diretamente” a Rússia na Ucrânia. O chanceler concedeu uma longa entrevista coletiva à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Chanceler russo, Serguei Lavrov, concedeu entrevista coletiva depois de participar da Assembleia Geral da ONU, neste sábado (23), em Nova York. (23/09/2023) REUTERS – EDUARDO MUNOZ
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“Podem chamar do que quiserem, mas eles estão nos combatendo. Eles estão nos combatendo diretamente. Chamam de guerra híbrida, mas isso não muda a realidade”, afirmou Lavrov, referindo-se à ajuda financeira, aos armamentos e aos “mercenários” de países do Ocidente para ajudar a Ucrânia.

Os comentários do ministro ocorreram após ser questionado sobre o envolvimento dos Estados Unidos no conflito no leste europeu. “O fato é que eles estão de fato lutando contra nós usando o corpo de ucranianos. Penso que todos aqui que estão interessados ​​na situação na Ucrânia sabem muito bem que os americanos, os britânicos e outros estão lutando, a começar por fornecerem cada vez mais armas”, acusou Lavrov.

Os Estados Unidos e os países europeus, que fornecem sistemas de armas a Kiev desde a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022 insistem que não estão em guerra contra Moscou, e sim ajudam a Ucrânia a se defender.

Dias antes, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi à Assembleia Geral da ONU pedir pessoalmente mais apoio da comunidade internacional. Ele propôs uma cúpula da paz para discutir o seu plano para acabar com a guerra.

Lavrov reagiu neste sábado: disse que o acordo proposto era “completamente inviável, impossível de implementar, não realista”.

Zelensky recebe pacote de ajuda do Canadá

Após participar da Assembleia Geral da ONU e visitar a Casa Branca, em Washington,  Zelensky completa no Canadá o seu giro diplomático em busca de mais ajuda. Nesta sexta (22), em Ottawa (Canadá), o presidente ucraniano se reuniu com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que prometeu auxiliar Kiev “o tempo que for necessário” e anunciou o envio de novo material militar para o país. Ambos mantiveram uma reunião bilateral e depois falaram ao Congresso do Canadá.

O canadense anunciou um novo pacote de ajuda a Kiev no valor de 650 milhões de dólares canadenses (R$ 2,3 bilhões) em três anos. O pacote inclui 50 veículos blindados e treinamento de pilotos ucranianos em aviões de combate F-16.

“Estaremos com vocês, ao lado de todos os heróis dessa corajosa luta, durante o tempo que for necessário”, disse o governante canadense. “A história nos julgará por como defendemos os valores democráticos. E a Ucrânia está na vanguarda desta grande questão do século XXI”, disse Trudeau.

Os dois líderes voaram juntos para Toronto, onde se reuniram com dirigentes empresariais e membros da comunidade canadense-ucraniana. Esta é a primeira visita de Zelensky ao Canadá desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

Último país do G7 visitado pelo líder ucraniano, o Canadá tem a segunda maior diáspora ucraniana do mundo depois da Rússia, com cerca de 1,4 milhão de pessoas.

Ataque ucraniano na Crimeia

Neste sábado, a Ucrânia afirmou que conseguiu romper as primeiras linhas de defesa russas na frente sul. O exército de Kiev garantiu que “altos comandos” da Marinha russa morreram ou ficaram feridos em um bombardeio ucraniano ao quartel-general na Crimeia.

Com sua contraofensiva, iniciada em junho, o exército ucraniano recuperou apenas alguns povoados devastados, mas afirma que, nas últimas semanas, conseguiu atravessar as primeiras linhas russas na frente sul, após assumir o controle da localidade de Robotyne, na região de Zaporíjia.

“No flanco esquerdo, conseguimos um progresso e continuamos avançando”, disse o general Oleksandre Tarnavski, encarregado da difícil contraofensiva de Kiev, em entrevista à emissora americana CNN, reconhecendo um avanço mais lento do que o esperado. Os combates agora acontecem ao leste deste povoado, perto de Verbove.

Tarnavski afirmou que um dos objetivos agora é tomar o bastião russo de Tokmak, importante centro logístico localizado 20 quilômetros ao sul da atual linha de frente.

A entrevista foi publicada um dia depois de Kiev ter bombardeado o quartel-general da Marinha russa na Crimeia, anexada por Moscou em 2014. Em um comunicado, o Exército ucraniano afirmou que “houve dezenas de mortos e feridos entre os ocupantes, incluindo altos comandos da frota” russa em um ataque que, segundo Kiev, ocorreu ‘durante uma reunião de líderes da Marinha russa”.

Budanov evitou dizer se, no ataque, foram usados mísseis fornecidos pelas potências ocidentais. A Rússia afirmou que um oficial estava desaparecido desde o ataque.

Com AFP

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