O empresário Daniel Noboa venceu o segundo turno no Equador e conquistou a presidência, completando assim o mandato de Guillermo Lasso e tornando-se, além disso, o chefe de Estado mais jovem da história do país, informa a Télam.
Com uma breve experiência na política – apenas dois anos como deputado -, Noboa obteve 52,30% dos votos, com 92,98% das urnas apuradas às 22:14 deste domingo (15), garantindo assim a liderança do país, um objetivo que seu pai nunca conseguiu alcançar, apesar de ser considerado um dos homens mais ricos do país e de ter sofrido cinco derrotas nas urnas.
A correísta Luisa González, da Revolução Cidadã (RC), por sua vez, conquistou 47,70% dos votos, e sua derrota era irreversível.
González expressou suas “profundas felicitações” a Noboa, “porque isso é democracia”.
“Aos que não votaram em nós, também nossas felicitações, porque votaram no vencedor; nunca convocamos para incendiar uma cidade e nunca gritamos fraude”, disse a candidata derrotada em seu primeiro discurso após as eleições, afirmando que planejava ligar para Noboa para “parabenizá-lo”.
O vencedor, por sua vez, esperou os resultados em uma enorme residência à beira-mar em Olón, Santa Elena, onde um ambiente festivo foi criado desde cedo, apesar de uma chuva ocasional, com música ao vivo em um palco.
Noboa assumirá o cargo em dezembro – a data ainda não está definida – e enfrentará um cenário muito complexo: os índices inéditos de insegurança se somam a uma difícil situação socioeconômica, com altos níveis de pobreza e desemprego.
Além disso, a Assembleia Nacional (AN, parlamento) repetirá uma característica dos últimos legislativos do país: uma grande fragmentação, na qual o futuro presidente terá uma bancada muito pequena, o que o obrigará a negociações e busca de consensos.
Das 137 cadeiras, o correísmo terá cerca de 50 – o número final foi determinado hoje, com os votos dos residentes no exterior -, o Movimento Construye terá 28, o ADN terá 13 e os socialcristãos terão 14. No entanto, estes últimos anunciaram hoje que apoiarão as políticas do futuro governo.
“Será crucial observar nas primeiras semanas como Noboa se relacionará com a AN; ele já teve o mérito de não entrar em confronto direto e se apresentar como algo novo”, avaliou esta noite, com o resultado já anunciado, o analista César Febres Cordero no canal Teleamazonas.
Brasil 247
