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Papa Francisco preside celebrações de Páscoa e insiste por cessar-fogo em Gaza

O papa Francisco presidiu as celebrações deste Domingo de Páscoa no Vaticano, diante de cerca de 30 mil fiéis reunidos na Praça São Pedro. Em sua homilia, Francisco renovou o pedido por um cessar-fogo na Faixa de Gaza.


Após a missa do Domingo de Páscoa, papa Francisco passeou em meio aos fiéis a bordo do papamóvel. (31/03/2024)
 AP – Alessandra Tarantino

“Peço de novo que o acesso de ajuda humanitária em Gaza seja garantido e exorto, de novo, a libertação rápida dos reféns sequestrados em 7 de outubro”, disse o pontífice.

“A guerra é sempre um absurdo e um fracasso. Não deixemos os ventos da guerra soprar sempre mais forte sobre a Europa e o Mediterrâneo. Não cedamos à lógica das armas e do rearmamento”, incitou, ao também mencionar outros conflitos como na Ucrânia, no Oriente Médio, na África ou no Haiti.

A cerimônia, que marca a data mais importante da igreja Católica, se iniciou às 10h no horário local (5h em Brasília). O papa chegou de cadeira de rodas ao local. Depois da missa, saudou os fiéis a bordo do papamóvel, entre abanos e sorrisos.

A celebração foi retransmitida para o mundo inteiro, aos cerca de 1,3 bilhão de católicos.

Na Sexta Feira Santa, o pontífice, de 87 anos, cancelou de última hora a presença nas celebrações da Via Sacra – uma decisão tomada para preservar a sua saúde para o fim de semana carregado de atividades, informou o Vaticano.

Na noite deste sábado (30), ele participou da vigília pascal durante mais de duas horas e pronunciou a homilia sem dificuldades. Ele se manifestou contra as “pedras da morte”, “os muros do egoísmo e da indiferença” e “todas as aspirações de paz destruídas pela crueldade do ódio e pela ferocidade da guerra”.

Apesar da saúde debilitada, papa Francisco presidiu celebrações da Páscoa neste sábado e domingo (31 de março de 2024)
Apesar da saúde debilitada, papa Francisco presidiu celebrações da Páscoa neste sábado e domingo (31 de março de 2024) AP – Alessandra Tarantino

Ritmo intenso desafio a saúde do papa

O cancelamento de sexta-feira – que ocorreu instantes antes do início da cerimônia, forçando os organizadores a remover às pressas a cadeira papal – e a comunicação concisa do Vaticano reacenderam os questionamentos sobre a saúde debilitada de Jorge Bergoglio. Pilar central do calendário católico, a Semana Santa, que envolve várias celebrações que culminam na Páscoa, representa uma maratona para o papa argentino, preso a uma cadeira de rodas nos últimos dois anos.

Recentemente, Francisco tem aparentado cansaço e foi forçado, em várias ocasiões, a delegar a leitura de seus discursos, alegando bronquite. No final de fevereiro, ele foi submetido a exames em um hospital de Roma.

Ele também abandonou a leitura de sua homilia no Domingo de Ramos, sem explicações.

Apesar de uma grande operação no abdôme em 2023, Francisco, que nunca tira férias, continua a trabalhar em um ritmo frenético no Vaticano, onde pode receber até uma dúzia de interlocutores em uma única manhã. No entanto, a idade e a saúde precária parecem lhe atingir: ele não viaja desde sua visita a Marselha, no sul da França, em setembro passado, e teve que cancelar sua viagem a Dubai para a COP28, em dezembro, devido à bronquite.

Viagem à Indonésia em setembro

No domingo, o Ministério de Assuntos Religiosos da Indonésia anunciou que ele visitaria o país de maioria muçulmana em 3 de setembro, uma viagem que será combinada com Papua Nova Guiné e Timor Leste. O Vaticano, entretanto, ainda não oficializou a visita.

Francisco sempre deixou “a porta aberta” para uma possível renúncia, seguindo os passos de seu antecessor, Bento XVI. Mas em uma autobiografia publicada em meados de março, ele reiterou que não tinha nenhum “motivo sério” para renunciar ao cargo, uma “hipótese remota” que só se justificaria no caso de um “impedimento físico grave”.

Com informações da AFP

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