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Reunidos em Turim, ministros do G7 se comprometem a reduzir produção de plástico

Os ministros do Meio Ambiente, Clima e Energia do G7 reúnem-se nesta segunda-feira (29) e terça-feira (30) em Turim, na Itália, para discutir estratégias ambientais para enfrentar as mudanças climáticas. Os países do grupo se comprometeram a reduzir a produção de plástico para enfrentar a poluição global causada pelo material, de acordo com um rascunho do comunicado final.


Ministros do Meio Ambiente, Clima e Energia do G7 reúnem-se nesta segunda e terça em Turim
 AP – Alberto Gandolfo

“O G7 reconhece pela primeira vez que o nível de poluição por plástico é insustentável e que seu aumento é alarmante”, disse a delegação francesa em uma nota à margem da cúpula de dois dias na cidade de Turim, no noroeste do país. A Itália está na presidência rotativa do grupo neste ano.

“O G7 compromete-se a reduzir a produção global de polímeros primários, a fim de acabar com a poluição por plástico até 2040”, diz o comunicado.

O grupo de sete países industrializados, que inclui Itália, Canadá, França, Alemanha, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, vai estabelecer “uma série de medidas concretas para alcançar” este objetivo, segundo a nota, que não traz mais detalhes.

A declaração final do G7 deve ser divulgada nesta terça-feira, no final da reunião ministerial. “A poluição plástica é uma questão importante que atravessa as três grandes crises planetárias: mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição”, disse o ministro francês do Meio Ambiente, Christophe Béchu.

O plástico é encontrado em todo o meio ambiente, do topo das montanhas até o fundo dos oceanos, incluindo o sangue dos seres humanos. “Sua disseminação é um fenômeno relativamente recente na história da humanidade, mas já parece estar saindo do controle”, disse o ministro francês.

Reunião no Canadá

O G7 ocorre ao mesmo tempo em que negociações entre 175 países estão em andamento no Canadá para um tratado internacional para reduzir a poluição plástica.

As discussões começaram na terça-feira e devem ser concluídas nesta segunda-feira. Embora as partes concordem com a necessidade de um tratado, elas divergem quanto ao conteúdo.

Alguns países e ONGs ambientais defendem uma redução acentuada na produção de plástico até 2040. Mas os países produtores de petróleo e os lobbies da indústria estão pressionando mais pela reciclagem.

Enquanto isso, a poluição plástica continua a piorar e pode triplicar até 2060 se nada for feito. Apenas 9% dos plásticos são reciclados.

Eliminação do carvão

Os ministros do G7 também estão negociando uma data comum, em 2035, para o fechamento de suas usinas de carvão. Um acordo de eliminação progressiva do material seria um passo importante na luta contra as emissões de dióxido de carbono.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na COP28 no ano passado que um dos principais critérios para o sucesso da conferência seria a eliminação gradual dos combustíveis fósseis.

A Itália também pretende incluir questões nucleares e de biocombustíveis no comunicado final.

O ministro italiano da Energia, Gilberto Pichetto Fratin, disse no domingo que Roma espera convencer a Comissão Europeia a reconhecer que os biocombustíveis podem reduzir significativamente as emissões.

O chefe climático da ONU, Simon Stiell, pediu aos países do G7 que usem sua influência política, riqueza e tecnologia para se afastar dos combustíveis fósseis.

“É um completo absurdo dizer que o G7 não pode – ou não deve – liderar o caminho em ações climáticas mais ambiciosas”, disse o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), já que o G7 está muito aquém de suas metas, de acordo com um novo relatório publicado por um instituto do clima.

Durante a reunião também serão discutidos temas como a necessidade de diversificar as fontes de fornecimento de materiais para sistemas de energia renovável, bem como o reaproveitamento de minerais, para reduzir a dependência da China, que domina o setor de tecnologia verde.

Segundo Roma, as terras raras e as energias renováveis estarão no centro das discussões com as delegações africanas convidadas a Turim.

Países estão distantes das metas para reduzir emissões

Juntos, os países do G7 respondem por 38% da economia global e são responsáveis por 21% das emissões de gases de efeito estufa, segundo dados de 2021 do Instituto de Análise do Clima.

Nenhum de seus países-membros está no caminho certo para cumprir suas metas de redução de emissões para 2030, que serão reduzidas “na melhor das hipóteses em apenas metade do necessário”, de acordo com um relatório do instituto publicado na semana passada.

O presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou na quinta-feira (25) que imporá limites rígidos às emissões de CO2 de usinas a carvão a partir de 2032, uma medida que deve ajudar os Estados Unidos a cumprir seus compromissos climáticos.

A expectativa é que França pressione para que o G7 elimine gradualmente o carvão até 2030, mas o Japão está relutante em estabelecer um prazo. A Alemanha, maior emissor de gases de efeito estufa da Europa, reluta em abrir mão do gás, assim como a Itália.

Com informações da AFP

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