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Polícia mira esquema de fraudes via Pix que deu prejuízo de R$ 21 milhões

Um advogado foi preso em um bairro nobre de São Paulo e secretários de Finanças foram alvo de buscas; ação ocorreu em nove estados e no DF

Foto: Felipe Moraes

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), uma megaoperação contra crimes cibernéticos e lavagem de dinheiro no Brasil. A ação, batizada de Dígito 8, mirou esquema de fraudes via pagamentos por Pix que deu prejuízo R$ 21 milhões.

Segundo a PCDF, criminosos subtraíam dinheiro de uma grande instituição financeira explorando uma vulnerabilidade do sistema bancário: eles inseriam códigos de barras de guias de arrecadação válidas, mas adulteravam o QR Code Pix para valores significativamente menores. Os golpes ocorreram entre 7 e 31 de janeiro de 2023.

A ação de hoje mobilizou 115 policiais civis, sob coordenação da PCDF e com apoio de policiais civis de Amapá, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Agentes saíram às ruas para cumprir 10 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão.

Secretários de Finanças foram alvo de buscas, e um advogado foi preso em um bairro nobre de São Paulo. Ele é acusado de ajudar na evasão dos recursos ilícitos.

De acordo com a PCDF, criminosos organizaram a fraude por meio de quatro núcleos:

  • Núcleo operacional: responsável por explorar a vulnerabilidade e efetuar os pagamentos
  • Núcleo de prefeituras: emissão das guias fraudulentas e repasse das verbas. Prefeituras de Morros (MA), Ubaitaba (BA), Serra do Navio (AP), Jacinto (MG) e Acorizal (MT) estiveram envolvidas
  • Núcleo de intermediadores: facilitou a comunicação entre o núcleo operacional e as prefeituras
  • Núcleo financeiro: utilizou empresas para permitir a retirada dos recursos ilícitos das contas das prefeituras

Ao longo da investigação, os investigadores encontraram registros dos suspeitos comemorando o sucesso dos golpes em festas em Goiânia, “ostentando carros importados e viagens para destinos luxosos pelo país”.

“Essa vida de extravagância contrasta fortemente com a seriedade dos crimes cometidos, que incluem invasão de dispositivo eletrônico, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, completou a PCDF, em nota.

A pena para esses crimes pode ultrapassar 20 anos de prisão.

SBT News 

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