Paraíba

Preservação do teatro Ednaldo do Egypto é discutida em sessão especial

Solenidade reuniu artistas, produtores culturais e foi proposta pelo vereador Marcos Henriques (PT)

A preservação do teatro Ednaldo do Egypto, localizado no bairro de Manaíra, em João Pessoa, foi tema de sessão especial realizada na tarde desta quarta-feira (18) na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). A solenidade reuniu diversos artistas e produtores culturais de João Pessoa e da Paraíba.

 

Marcos Henriques (PT), autor da propositura, falou sobre a importância de debater o tema. “O teatro Ednaldo do Egypto tem uma representatividade muito forte para o município. É uma referência para a região, mas está com a placa de ‘vende-se’ e o que nós queremos e os artistas querem é que aquele equipamento permaneça e que a prefeitura possa honrar a história de Ednaldo do Egypto, através da compra do equipamento e isso não impede que se possam fazer outros teatros na cidade. Hoje, João Pessoa possui 11 teatros no Centro da cidade que estão inativos e qual é a prioridade que a gestão tem com a cultura? Essa é a pergunta que fazemos. Queremos chamar a gestão para esse debate e mostrar a importância que é a permanência do teatro para a Prefeitura, sendo claro, bem administrado”, afirmou, acrescentando que hoje é o teatro com a maior dinâmica ativa de João Pessoa já que há três anos oferece espetáculos todo fim de semana, para mostrar ao público da cidade, além de peças, shows, humorísticos, como também festas de premiação e festivais.

Raíssa Agra, representante do Ministério da Cultura, disse que o órgão na Paraíba reafirma a importância do teatro Ednaldo do Egypto. “O Ministério da Cultura tem a representação na Paraíba que funciona como um espaço aberto a todos e queremos fazer presente em todos os segmentos culturais de forma ampla e democrática e o teatro Ednaldo do Egypto é sim um patrimônio e precisa ser formalmente encaminhado para isso”, acrescentou.

 

Para Alexandre Santos, presidente civil do Conselho Municipal de Política Cultural, o poder público deve adquirir o teatro que é um patrimônio cultural da cidade e que preserva o legado do teatrólogo Ednaldo do Egypto. “Ele construiu com suas próprias mãos e recursos e doou à cidade e não é todo artista que tem a possibilidade e nem é toda cidade que tem a condição de receber um equipamento cultural como esse de presente. O papel da prefeitura para a sociedade civil é justamente esse, adquirir o espaço e disponibilizá-lo à sociedade, mas não só adquirir, dar manutenção, qualificar e fazer com que esse teatro permaneça sendo aquilo o que ele já é, uma referência de palco e de espaço cultural”, destacou.

 

O vereador Milanez Neto (PV) disse que a cidade não tem como crescer sem respeitar a cultura. “Respeitamos pouco a nossa memória e olhamos pouco para a nossa cultura. A terceira capital mais antiga do país, onde uma secretaria de Cultura não é tão importante. Muitos não conseguem compreender os prejuízos que a venda do teatro Ednaldo do Egypto trará para a cidade. Não podemos pensar em João Pessoa crescer sem respeitar o movimento cultural e a responsabilidade é de todos nós, de todos os poderes e de uma sociedade. Precisamos sair de onde estamos e partir para uma ofensiva para que a cultura do nosso estado seja respeitada”, defendeu.

 

Por sua vez, a gestora do teatro Ednaldo do Egypto, Letícia Rodrigues, defendeu que a dinâmica com o fazer teatral deve ter além de dinâmica, sensibilidade com o artista, uma vez que ninguém está ali à toa. “Já existe um diálogo entre o filho de Ednaldo do Egypto e a prefeitura de João Pessoa para a compra do teatro”, pontuou.

 

Por sua vez, o filho do teatrólogo Ednaldo do Egypto, Fabiano do Egypto, concluiu dizendo que o pai pediu para que nunca deixasse fechar o teatro. “Isso me marcou. É difícil se manter um patrimônio cultural desse, é muito caro. Estou aberto para se chegar a um consenso, para que a Prefeitura compre esse espaço para a classe artística”, finalizou.

 

Participaram ainda o secretário executivo de Cultura da Paraíba, Cicinho Lima, os artistas Isa Y Pla, Buda Lyra, Lau Siqueira, Fernando Teixeira, além do palhaço Coquinho, do diretor e ator Edilson Alves, o cordelista Robson Jampa, entre outros.

 

Secom CMJP

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